Não acredito

 Não acredito que não haja dor, e que também não sobre amor.

Não acredito que não caiba o perdão, que logo à frente só veja o não.

Não acredito que não existam lembranças doloridas,

que machucam, apertam e ficam.

Não imagino e me pergunto por quê.

Será assim com você?

Não acredito que as músicas não te toquem,

e que aqueles dias não sejam mais demorados.

Não acredito que já se esqueceu das mãos que corriam juntas, e das conversas sem fim.

Não acredito que meu perfume não esteja em seu travesseiro, que dormir não seja mais difícil.

Não acredito que esteja em paz, mesmo sabendo o que a minha verdade traz.

Não acredito no quão cego esteja, que não veja tamanha beleza,

Que pra maioria tanto brilho reluz.

Não acredito em mágica, nem sou mais criança pra brincar de esconde-esconde.

Não acredito em disse-me-disse, esteja certo ao me contar.

E, ao me contarem, estarei certa ao te perguntar.

Não acredito em falta de experiência, as lições estão para todos.
Não acredito em falta de coerência, e alguma contradição.

Não acredito em ilusão, uma hora sim, outra não.

Não acredito no nunca, mesmo que o sempre pareça distante.

Não acredito que a esperança morra, apesar de ter motivos para tanto.

Não acredito em fofocas, calúnias e verdades falsas, e acho que ninguém deveria acreditar.

Não acredito em dor que não passe e em mentiras que não tenham pernas curtas.

Não acredito em amigos que não são verdadeiros,

Afinal, não são amigos.

Não acredito em falta de controle, todos nós deveríamos saber nos controlar.

Não acredito em desculpas esfarrapadas, na roupa amassada, num olhar frio.

Se é pra sentir, que faça sentido.

Se é pra ser, que seja feliz.

Acredito no amor, no que sou, na vida.

Nas amizades eternas.

Na força.

Na paz.

E, verdade seja dita, você também deveria acreditar.

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