VAMOS COMBINAR?!

 Quando a gente escolhe alguém pra ficar junto, tem que combinar. Encaixar. E em qualquer posição. Essa história de que os opostos se atraem só funciona na teoria, e eu, inclusive, já devo ter falado isso antes. Tem que ter tato, cheiro, gosto. E querer mais e mais. Não dá vontade de ir embora, nem voltar pra casa. Gruda igual tatuagem e música na cabeça. E até o perfume fica solto no ar...
 Química é algo que não se constrói, já vem de fábrica. Ou você combina com alguém, ou não. Não é igual gostar, que vai crescendo aos poucos, tem que ser à primeira vista, ou ao primeiro contato. Às vezes você até acha que combina com alguém, mas quando vê, tá forçando a barra pra fazer dar certo. Costumes, opiniões e hábitos diferentes. Não dá. Cadê a liga? Como costumo dizer, melhor do que mudar uma música inteira é fazer outra toda nova. Não dá pra ir colando pedacinhos. Tem hora que é melhor deixar pra lá e partir pra outra. Nesse caso, pra alguém que tem mais a ver com você. Alguém que realmente você olhe e sinta. Sinta que combina, que te dá vontade de passar mais tempo ao lado, que dá pra tentar fazer dar certo. Quando é assim, não só a energia, mas a vida bate. 
 Não existe nada perfeito, até porque as pessoas não são perfeitas, muito menos as situações. E duas cabeças pensam diferente, querendo ou não. Até quando 90% é compatível. E existirá alguma frustração, em algum momento. Nem que seja naquela mania chata que ele ou ela tem de apertar o tubo de pasta de dentes no meio e deixar a toalha molhada em cima da cama. Mas quando eu falo de encaixar, tudo isso é besteirinha. É aquilo que te irrita, mas você ri. E, no fundo, aquela pessoa é com quem você consegue ficar horas conversando sobre um filme que acabaram de ver. A pessoa com quem você fica o fim de semana inteiro junto e, na hora de ir embora, ainda dói. Com quem você pensa em dividir uma vida junto. Porque besteirinhas por besteirinhas, a gente passa por cima. O importante é combinar.

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