segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Pepper soul

Se eu gosto de uma pimenta na minha vida? Só se ela for bem ardida! A verdade é que eu não gosto de nada morno, comida sem sal, meio termo, mais ou menos e blá blá blá. Gosto de sentir, do quente, do emocionante, daquela dorzinha que é gostosa. Não gente, não sou nada masoquista. Mas quem aí nunca cutucou aquele machucadinho que não podia ser cutucado? A maior prova disso são as minhas 9 tatuagens, caminhando para a décima. 
Quando pequena, nunca sosseguei com um “porque não” vindo dos meus pais. Sempre fui daquelas crianças que perguntavam “mas por quê?”, por mais que meus pais insistissem em responder com essa tal não-resposta. Sim, teimosa. Sempre quis ser diferente, apesar de seguir a modinha no colégio. Na família, a “ovelha-negra” que escolheu a carreira musical. Sonhava (e sonho) alto, longe, so far away. Brincava de bonecas sozinha, pois meu mundo imaginário era do tamanho do universo. Mas se caía da fantasia, me levantava mais forte, mesmo que isso demorasse um pouco mais do que deveria, algumas vezes.  Parte do quebra-cabeças da minha vida. 
Gosto de pisar no chão, mas também peço que me tirem desse mesmo chão, me virem de ponta-cabeça e me façam voar. Porque eu me faço. Eu me dou mais e cada vez mais. Vivo intensamente essa vida que me pede pra ser vivida. Mas também peço paz, equilíbrio, e água, porque se arde demais, a pimenta não sabe pra onde ir. Por mais que eu deixe arder até o seu limite. Por mais que em alguns casos eu não queira esse limite. É quando eu ouço o não. E paro, penso, alivio. Pronta pra apimentar tudo outra vez.




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