segunda-feira, 7 de maio de 2012

Com o mundo nos ombros

"Hey Jude... Don't carry the world upon your shoulders..."

 Bem que os Beatles avisaram. Mas nem Jude, nem nós aprendemos. São os nossos problemas, os dos outros e muito mais. Queremos mudar o mundo e o carregamos nas costas pra ver se funciona. Pra fazermos no nosso jeito. E adianta alguma coisa? Nada. Preocupação só gera mais preocupação. Sendo dos outros, mais ainda. Se muitas vezes não consigo mudar a minha vida, não vou conseguir mudar a de outra pessoa (que muitas vezes não quer), cá pra nós. E será que um dia aprenderemos?
 É natural querer ajudar alguém que passa por problemas, ainda mais quando esse alguém é querido. Mas tem gente que passa dos limites. Tanto quem ajuda quanto o ajudado. Não dá pra tomar as dores, amores e confusões do outro, mesmo que esse outro seja "parte de você". Cada um é cada um, e responsável por seus atos e escolhas. E também por seu problemas. A gente ajuda, dá as mãos, mas não podemos dar os braços e o corpo inteiro. Até porque todos tem seus próprios pés pra caminhar sozinhos. E ninguém recebe um peso maior do que pode carregar. Por outro lado, tem "ajudado" que acomoda com a situação e esquece de seguir em frente. Fica estagnado, senta e espera. Espera que o outro ou que o mundo faça por ele. E o mundo tá cheio dessas pessoas por aí. Em todos os sentidos. Mas elas são facilmente reconhecidas. Dão o mundo delas pra você carregar. Aí, quem é bom cai e quase não levanta dessa sem ter que dar um grito. 
 E se até os bichos fazem, quem somos nós pra não fazer! Carregar alguém e seus problemas nas costas é um (mau) hábito que deve ser afastado. Ajuda é bom e todo mundo gosta, mas querer viver pro outro não é nada saudável. Não dá pra crescer assim. Pelo contrário, enquanto ajudamos a vida de outra pessoa, a nossa só anda pra trás. No mínimo para no tempo. E ninguém quer ser a muleta de ninguém.  





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