Black or white

 Limitações, gostos e culpas, cada um tem os seus. Cada um é cada um, cada qual com o seu cada qual. O que é bom pra mim pode não servir pra você e vice-versa. Se eu tenho dificuldade, você pode não ter. E nem por isso vou despejar todo meu ódio e indignação em você. Assim como as fraquezas e limitações. E é melhor que eu não julgue, pois ninguém sabe o dia de amanhã. 
 Saber lidar com o diferente é algo com que ainda temos muito o que aprender. Não é fácil olhar e lidar com o desconhecido e, querendo ou não, se não faz parte da sua vida, você desconhece, não fazendo muita questão de conhecer - com algumas exceções. E ser indiferente, pra mim, é ainda pior do que ter uma opinião formada sobre algum assunto. É como se fosse uma bomba relógio que pode explodir a qualquer momento, nada previsível. 
 Ter limites é outra grande dificuldade real. A maioria não sabe até onde pode ir e acaba ultrapassando a linha tênue que separa o meu do seu. O respeito, da falta de educação. A verdade é que grande parte das pessoas não tem nem seus próprios limites, quem dirá os dos outros. Triste realidade. E se eu não gosto de Coca-Cola, não vou reprimir ou jogar uma pedra em quem gosta. Direitos individuais, direitos iguais. Gosto é gosto, e não se discute. Fico em meu lugar e você no seu. Assim até que pode funcionar, desde que ambas as partes de respeitem, aceitem o diferente. O colorido que não está em suas cores.
 Desde que o mundo é mundo, tudo pode, tudo é aceitável, tudo é admissível - tendo bom senso. O que infelizmente não existe em grande quantidade por aí. Talvez por isso vão continuar nos proibindo, nos reprimindo, olhando torto pro que não é "normal", colocando rótulos em tudo, e por aí vai. Não respeitando, não aceitando. Porque os mais fracos pagam pelos mais fortes. Quem sabe usar o seu acaba não podendo usar. Nesse mundo sem limites, quem dera se todos nós pudéssemos ser o que somos, integralmente, e respeitar o próximo. Aí chegaríamos próximo de algum ideal.

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