Um pescador. Uma bailarina. Um músico. Um artista plástico. Um médico que cuida de idosos. Uma chef de cozinha.
Quem nunca respondeu ou se fez essa pergunta? Como se respondê-la fosse definir o resto de nossas vidas... Quando crianças, temos sonhos, vontades e pequenas ideias do que a vida realmente é. Parece que tudo é mais colorido e as pessoas são maiores do que realmente são (eu pelo menos tinha essa impressão.). E em algum momento dessa mesma vida, somos obrigados a pensar em algum futuro. Seja ele válido ou não. Quer ele aconteça ou não - e na maior parte das vezes ele não acontece como planejamos. A verdade é que as pessoas te levam a mudar de ideias, gostos e razões, por motivos específicos como "se dar bem na vida", "ser bem sucedido", "formar uma família", entre outros menos usuais. Traduzindo em uma só palavra, tudo se resume em ter dinheiro. E ponto. Ninguém dá a mínima pro que você realmente gosta de fazer, e as pessoas até acabam esquecendo e perdendo os gostos. E é nesse ponto em que quero chegar.
É claro que precisamos do dinheiro, sucesso e outros bens materiais pra conseguir viver uma vida, no mínimo, legal. Não se faz nada sem aquelas notinhas de papel com animais e número estampados, infelizmente - ou felizmente. E pra ganhá-las, tem que trabalhar. Duro. Correr atrás do que quer que seja. Ralar. E não é melhor quando isso tudo gira em torno de algo que você gosta de fazer? Quando esse dinheiro vem como lucro de uma atividade que você faria até de graça? Ah, é bem mais legal. No mínimo, mais prazeroso. E dá pra unir essas duas coisas. Não é fácil, como tudo na vida. Mas fica menos difícil quando você passa a ouvir mais o coração e menos essa mente que não para de pensar. O negócio é sentir. Fazer o que gosta traz mais benefícios do que a gente imagina. Cuida da saúde e da mente, ao mesmo tempo. E te dá mais chances de ser mais "bem sucedido", pois se trata do que você sabe fazer de melhor. Quando a gente para de ouvir o que os outros tem a dizer sobre nós mesmos, a gente passa a se ouvir. A ser ouvido. Porque no fim das contas, quem vai viver sou eu. E se eu sou feliz pescando, que eu pesque, então. O reconhecimento, dinheiro, e o que vem com ele, é consequência. Porque se você realmente gosta de algo, vai dar um jeito de se virar com aquilo. Como se não houvesse outra opção. E é assim que a gente sente quando é pra ser.
Bons médicos são ainda melhores quando escolhem essa profissão por amor. Bons cozinheiros fazem comidas muito mais deliciosas quando sentem prazer em cozinhar. E assim por diante. Cada um tem suas verdades e vontades. Gostos e desgostos. E porque não ouvi-los melhor? Talvez o mundo fosse mais feliz. As pessoas seriam menos amarguradas e teriam mais bom humor. Seriam mais sorridentes. Como dizia Gandhi: "O que mais surpreende é o homem, pois perde a saúde para juntar dinheiro, depois perde o dinheiro para recuperar a saúde. Vive pensando ansiosamente no futuro, de tal forma que acaba por não viver nem o presente, nem o futuro. Vive como se nunca fosse morrer e morre como se nunca tivesse vivido." Pois eu sou mais ter a minha saúde, o meu humor, o meu presente e o meu sorriso, do que seguir regras e chegar no mesmo lugar. Ou não sair dele. O importante, realmente, é ser feliz.
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