segunda-feira, 24 de junho de 2013

Poesia do escuro

 E quando chega a noite todos os medos brilham no escuro. É do silêncio que eles gostam mais. Só pra aparecer em nossas mentes e criar vultos e anseios, dúvidas que muitas vezes se vão pela manhã. 
 É quando chega a noite que os pesadelos dão as caras, e os sonhos bons também. Retratos de uma mente solitária ou imaginária, que quer, espera, sente. Sente demais, e até os sonhos doem.  E no escuro, tudo parece ficar mais claro, mais calmo. Mas a mente não. Ela resolve falar, se pronunciar e querer respostas pra muito que não tem. É no travesseiro que ela se abre e se fecha pro mundo. É no silêncio que tudo fala mais alto.
 E com o fim da noite, vão-se as dúvidas tão latentes, porque o dia tem que começar e o tempo não espera. A mente se ocupa de tudo que se torna mais importante, pelo menos por enquanto. Vão-se as lágrimas, vem o peso. A alegria do dia, ou a abstração que dura pouco. A prática necessária. E tudo toma mais forma, faz mais sentido, até que a noite chegue, e traga com ela, seu vazio.





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