Descobrir como deve ser, o que é certo e o que é errado, infelizmente não funciona e finais felizes só existem em filmes - com exceções. Mas que a gente tenta a cada dia passar por cima dos nossos sentimentos e driblar nosso coração, ah a gente tenta. Mesmo que seja simplesmente pra ficar menos estressado, mesmo que seja pra superar alguma dor. Onde tem sangue pulsando, tem um coraçãozinho batendo. Uns mais, outros menos. Uns conseguem passar por cima dele, outros nem tentando. Que isso é um treino, não tenho dúvidas, apesar de que tem gente que já nasce assim. Se é qualidade ou defeito, não sei falar, talvez os dois, em momentos diferentes.
Pode ser também que seja um dom, o dom de não sofrer. Mas sofre. Mesmo quem "não ama", sofre. Mesmo quem congela o coração pra não sentir, sofre. Quando põe a cabeça no travesseiro, quando para pra pensar. Mas logo depois bloqueia os pensamentos e tudo vai embora de novo. E quem sente? Ah, não dorme, não come, não para de pensar nem de sentir. Suspira pelos cantos, sente borboletas no estômago, sonha acordado. E aproveita, de uma certa forma, isso tudo. Esse tanto de sentimento que pipoca pra lá e pra cá.
Estou sendo um tanto extremista, claro que existe o meio-termo. E esse deve ser a perfeição, o estado zen do sentir. Pra chegar lá, mais treino ainda. Deve ser perfeito "saber como sentir". Saber viver aos poucos, e let it be. O equilíbrio da vida.
Acho que, apesar de todo o sofrimento por sentir, apesar de todo o sofrimento em si, ainda prefiro esse sentir. Prefiro sofrer, porque não há alegrias sem sofrimento nem sentimento. Não dá pra pensar demais quando muitas das melhores coisas da vida são feitas sem pensar e acontecem sem programar. O cuidado tem que ser tomado na hora do tombo, pra não machucar muito. E, se machucar, a gente sai por cima e levanta a cabeça.
Todos os direitos reservados.
Acho que eu sou o meio termo! Não ligo muito para quem não liga para mim. Não sofro por quem não sofre. Se não dá, não dá.
ResponderExcluir