segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Blink

 Decepção ainda continua sendo aquela palavra que te apunhala no estômago só de você ler. E quando ela é real, o que nos resta senão enfrentar? Eu não sei sofrer. Não sei lidar. Não sei sentir dor. Sou daquelas que toma remédio antes de pensar no que pode doer. Que estraga a felicidade só porque ela pode acabar. Mas e quando acabam com a sua? O que nos resta, senão enfrentar... 
 O ser humano, definitivamente, é mais instintivo que os animais. Ele cede à desejos e torturas, mesmo raciocinando que aquilo não vai ser bom. Burrice. E joga fora o que tem e o que quer ter num piscar de olhos. Quando tudo poderia ser diferente. Resistir é pros fortes, certo? Quando não deveria ser. 
 No fim das contas, a gente se entrega, a gente se abre, a gente tenta se doar. Muitas vezes em vão. Mas como explicar pro coração? Tem coisas que a não cabe à nós o poder de tomar a decisão, elas decidem por você. E mesmo sabendo que nada acontece por acaso, a gente tenta entender o que esse acaso pode ser. Tudo se liga no final, todos os pontos se conectam. E parece que se decepcionar está no script, não só uma vez, mas várias. E a cada vez, parece doer mais. Decepção continua sendo aquela faca que te apunhala o estômago - e o peito - só de aparecer. E a gente só espera que mais um dia termine. 


 
 
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