Conheço pessoas que detestam o dia de Natal por causa da injustiça do mundo. Uns com muito e outros com tão pouco. De um lado, festas esbanjando felicidade, comidas, bebidas, presentes. De outro, logo ali, não há o que comemorar. Famílias inteiras nas ruas, sem água pra beber. Isso me faz lembrar um momento da minha infância, quando eu e minha família levamos vários brinquedos para algumas crianças que moravam debaixo de uma ponte. Mesmo eu sendo uma criança, foi impossível não sentir e não perceber o brilho nos olhares daqueles que não escolheram estar ali.
Costumo ver o Natal como um dia de paz, apesar de toda essa tristeza que também envolve a data. Isso não quer dizer que eu esqueça todos os problemas e passe por cima de tudo que não concordo só porque é Natal. Sem hipocrisia, por favor. Mas acho que, se fizermos esforço, conseguimos não focar, ou focar um pouco menos, no que é ruim, pelo menos por um dia. Por respeito ao momento, ou ao seu deus, ou à você mesmo. Um dia de silêncio. Não um silêncio verbal, mas o ato de conseguir silenciar as dores do mundo por alguns instantes. Para agradecer pela vida, por mais que, para muitos, ela não seja nada justa. Mas ainda assim é a SUA vida e cabe a VOCÊ cuidar dela. Com realizações e tropeços. Como num casamento, na alegria e na doença, por mais clichê que isso pareça e seja.
Proponho um brinde à vida e a esse dia de reflexão. Que cada um levante sua taça pra esperar e fazer dias melhores. Pra acreditar que é possível, mesmo que isso seja quase impossível. Pra querer mais, fazer mais, amar mais. Por VOCÊ.
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