segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Conto de Natal

 Era uma vez, uma menina que adorava sonhar acordada, até dormir. Sonhava com o dia seguinte, com seus planos e sonhos, imaginava como tudo seria. Melhor que contar carneirinhos. Fazia planos e contos em sua mente fantasiosa, onde tudo era possível. E ela tinha medo. Do escuro, do mundo, de tudo. Mas também tinha coragem e acreditava. Sempre acreditou em si e nos outros, e até foi ingênua demais. Não gostava muito de compartilhar o que era seu e tinha ciúme dos seus. Amava pular corda, brincar de bonecas e cantar. Com um sorriso sempre estampado na cara, mesmo enquanto chupava chupeta. 
 Por todo Natal, ela esperava o Papai Noel deixar seu presente. Apalpava cada embrulho da árvore pra saber qual era o seu, e o que era. E a melhor parte era chegar em casa e conferir se o bom velhinho havia passado por lá. 
 E um dia essa menina cresceu, com os "mesmos" sonhos e medos, e planejando a vida até adormecer. Sofrendo com a maldade alheia e não suportando injustiça. Mesmo sem a chupeta, continuou sorrindo, de graça, mas emburrando quando algo desagradava. Mesmo de graça. Longe de ser perfeita, sempre buscou a perfeição. Com o mesmo medo do escuro e do mundo, ela se viu adulta, de uma hora pra outra, e teve que cuidar de si, não mais de suas bonecas. E as bonecas, que eram "alunas" de sua aula particular, foram trocadas por alunos de verdade, e a plateia que não existia em seus shows na sala de casa, virou um grande público em real nos shows em grandes palcos. O que era prazer, virou mais prazer e trabalho, e o microfone de plástico virou um microfone de verdade. Os ideais e dúvidas passaram a ser bem maiores do que simplesmente dar um salto bonito na ginástica olímpica ou qual roupa usar na festa da escola. A vida cresceu e deu boas vindas. 
 Mesmo crescida, em todos os anos, durante o Natal, essa sempre "menina" sofre pelos que não tem família, e chora por se emocionar com o dia. Curte, sorri, abraça os que ama, e sente falta dos que já não estão mais ali. E mesmo sendo um dia qualquer, ela pensa que pode relevar, pelo menos por um dia, os pesares da vida. Pelo menos por alguns instantes, pode simplesmente amar, e curtir e deixar-se levar. Mesmo sabendo que o tão esperado Papai Noel era apenas seus pais colocando o presente embaixo da árvore, ela ainda acredita em milagres. E ela faz planos com o tempo, esperando cada vez mais, consequentemente se frustando mais. Mas sempre buscando mais. Um dia, quem sabe, ela chega lá, firme, forte, com erros e tropeços, lutando, chorando, caindo e se levantando. Mas tudo isso faz parte do que é pra ser, e da vida que ela e todos nós escolhemos viver.



Desejo à todos um FELIZ NATAL, repleto de sonhos, planos e realidade, mas relevando por alguns minutos o que não precisa estar ali, e MUITA PAZ, AMOR, REALIZAÇÕES E FAMÍLIA! Sem isso, deixamos de existir... E SONHEM, sonhem bastante, porque com os sonhos, chegamos mais perto da realidade!






"Aproveite cada minuto porque o tempo não volta. O que volta é a vontade de voltar no tempo..."



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