segunda-feira, 27 de maio de 2013

Parte II

 Ora feliz, ora triste. Bipolaridade de momento. E sempre a tal insatisfação. Essa não vai embora nunca, nem se pedir. Vontade de que tudo seja mais. E espera, espera, espera. Pro que não vai ser, nunca. Porque sempre o que se espera é mais. Quem vive insatisfeito com tudo, revive os momentos lindos e quer que eles voltem. Mas, eles não voltam. E eis que surge o problema.
 Querer sempre mais, nem sempre é só ruim. Tem seu lado bom, de não se acomodar, buscar coisas novas e por aí vai. Não ficar no mesmo lugar comum. Porque quem quer mais inventa a novidade, faz acontecer. E vê esperança em tudo. Mas, quem quer mais, não vive só o presente, mas vive o futuro no presente. Tem B e vive querendo A. Faz planos demais, não deixa acontecer. Porque quando se faz planos, de certa forma, tem-se o controle do que pode ser. E isso traz tranquilidade - até tudo descer pelo ralo e não sair como o planejado. E é aí que mora a insatisfação. Nessa casinha escura e obscura do quero-mais.
 E o que a gente ganha com isso tudo? Sensação de que tudo sempre está incompleto, de que não está bom, aquele vazio que vai e volta. Só revivendo momentos que não voltam mais. E querendo repeti-los, o que não é possível. Não da mesma forma. O querer tudo, pra ver se preenche o espaço que falta. E falta, muito. Viver a dois passos à frente não é legal. Traz ansiedade, dor no estômago e frustração. E essa palavrinha é irmã da insatisfação. Elas não dão trégua, se você não as manda embora.
 Se pra mandá-las embora é preciso ter mais calma na vida, que seja assim. Tipo um mantra: "Hoje serei alguém zen". "Hoje não ficarei ansioso e não vou querer mais". "Hoje serei feliz com o que tenho e me frustarei menos. "Hoje esperarei menos das pessoas". Vai que cola!?





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