domingo, 9 de março de 2014

Just a memory

  Pensando nos que já não estão mais entre nós, estranho como as pessoas e lembranças vão embora, com o tempo... Parece que tudo vai virando pó em nossos pensamentos e nos agarramos às últimas memórias vividas. Tudo vai ficando tão distante que nem a melhor memória consegue encontrar. Apesar das fotos, recordações e presentes, não se pode tocar o que não está mais aqui. E a sensação que a gente tem é de que nunca vivenciamos aquilo, como se nada realmente tivesse acontecido. Quando o cheiro e o rosto vão embora, o que nos resta lembrar?
 Talvez tenhamos que deixar de lado o "materialismo", de ter que tocar, e nos satisfazer com lembranças, que viram apenas histórias. Tais histórias, em alguns momentos, até parecem invenções que nossas cabeças inventam, e chega uma hora que nem nós mesmos conseguimos identificar o que é 100% verdade. Nós tentamos tanto nos agarrar à cheiros e rostos, justamente pra aquilo não sair dali, que acabamos por criar algo que nunca existiu. Igual quando falam que quem morre é perdoado, que vira santo e todo mundo passa a adorar. E a gente sabe que não é bem assim.
 Infelizmente, essa tal morte ainda nos "aterroriza" e nos mata de saudade. Nos aperta por dentro e nos arranca quem a gente ama. Não tem jeito né, assim é a lei da vida, e a única certeza que temos. E aí, vamos nos apegar menos, amar menos, sentir menos cheiro, gosto e sensações diversas, pra sentir menos falta? Acho que o caminho não é esse. Não é porque sei que vou perder que não vou ganhar. Pra certas coisas na vida, só sabendo lidar. E, às vezes, nem assim. A gente tem que deixar doer mesmo, tem que deixar incomodar, porque incomoda. Tem que passar por aquilo pra aquilo pode passar. E assim caminha a humanidade, sentindo falta, perdendo, ganhando, vivendo.




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