segunda-feira, 11 de agosto de 2014

O tempo da dor

 Parece que quanto mais o tempo passa, mais difícil fica lidar com as emoções. Não sei se pelo fato de que tudo fica mais forte quando crescemos ou se, pela ingenuidade infantil, não levamos tudo tão à sério... Aí, quando mais velhos, tudo parece pior que antigamente. Só sei que a experiência é, muitas vezes, cruel. Quanto mais você tem, mais exigem de você. Mais te pedem mais. E haja coração. 
 Quem nunca sofreu mais por algo que já tinha acontecido antes, mas veio de novo anos depois? De novo, mas nunca igual, claro. Cada coisa que acontece nas nossas vidas tem um sentido e intensidade diferentes. Mas pensando pelo lado da dor da perda, por exemplo. A gente acha que, quanto mais a gente perde, mais a gente aprende a perder. Mas é só perder de novo pra lembrar o tanto que dói. E isso não diminui o sofrimento. Como o medo não diminui o perigo. 
 E então, o que fazer? Será evitar sofrer? Evitar perder? Ou aprender com o sofrimento, mesmo que ele nunca seja único ou o último? Cada caso é um caso, cada dor é sua dor. Só sua. Cada pessoa reage diferente à cada situação e nós mesmos reagimos de formas complexas e variadas diante de cada acontecimento da vida. O fato é que,  quanto mais velhos ficamos, mais consciência temos dessa dor, e ela parece doer mais. Ou nossos sentimentos são mais calculados, pensados, sentidos. Tudo muito mais claro que quando apenas sentimos, sem pensar. Vai entender. A questão é não parar. O mundo não para pra te ver chorar. 







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